quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Segredo de Estado

Por cerca de meia hora, os sete ministros e alguns técnicos do Tribunal Superior Eleitoral deverão guardar em segredo o nome de quem governará o Brasil a partir de 2015. O presidente da corte, Dias Toffoli, estima que o resultado da eleição será definido por volta das 19h30 de domingo. No entanto, a informação só poderá ser divulgada às 20h, quando as urnas do Acre estiverem fechadas. "Eu não gostaria, mas vai ter que ser assim", diz o ministro. Ele promete que não haverá vazamentos.

Tesoureiro do PT vai deixar conselho da Itaipu

Atingido pelas denúncias no escândalo da Petrobrás, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, vai deixar o Conselho de Administração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, antecipando em um ano e meio o final do seu mandato no cargo. Segundo o presidente do partido. Rui Falcão, o afastamento de Vaccari é uma decisão do governo que se alia a uma vontade do tesoureiro de "se concentrar mais nas atividades" da legenda. O anúncio da saída é providencial para a campanha de Dilma, desconfortável com os ataques dos adversários contra Vaccari. "Não há nenhuma denúncia comprovada envolvendo o companheiro Vaccari", afirmou Falcão ontem. O dirigente acrescentou que ele permanece cuidando das contas do PT. "Não há nenhuma razão para substituí-lo." Segundo o presidente do PT, Vaccari lhe disse que deixaria Itaipu "antes do surgimento das denúncias infundadas". O mandato de quatro anos no conselho da Itaipu, para o qual Vaccari foi reconduzido em 17 de maio de 2012, só expiraria em 16 de maio de 2016.

LULA ATACA NOVO CONGRESSO.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem suas baterias contra o Congresso eleito no última dia 5 de outubro. Em um rápido comício em Porto Alegre, Lula afirmou que a próxima legislatura será pior do que a atual em * decorrência do "retrocesso" e da "negação da política". "Vocês achavam o Congresso ruim? O eleito agora é um pouco pior. Os ruralistas cresceram, a bancada dos empresários cresceu, e os representantes dos trabalhadores caíram à metade. Essa é a negação da política", disse o expresidente a um público de aproximadamente seis mil pessoas. Um levantamento feito p
elo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e revelado pelo Estado no dia 7 de outubro mostrou que houve um aumento no número de deputados e senadores vindos dos setores militar, religioso e ligado aos ruralistas, setores mais identificados com o conservadorismo. Ao mesmo tempo, o número de deputados ligados ao sindicalismo diminuiu pela metade. Além disso, teria havido uma queda drástica, ainda não calculada, daqueles ligados a temas sociais. Lula creditou o espaço ganho pelos conservadores a "negação da política". "Toda vez que a elite nega a política o que vem depois é muito pior. Porque ninguém é capaz de consertar a política sem fazer política", afirmou. A negação da política e, principalmente, dos partidos, era um dos principais motes dos movimentos que tomaram as ruas em junho de 2013 pedindo mudanças no País.

OS JORNAIS DE HOJE

Os principais jornais de circulação nacional trazem hoje uma cobertura mais diversificada nas suas respectivas capas, quando o assunto é o noticiário político. A investigação aberta pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do Ministério da Fazenda para apurar as denúncias de corrupção na Petrobras surgidas na Operação Lava-Jato está entre os principais assuntos em destaque e estampa as manchetes dos jornais O Globo e Correio Braziliense. Já O Estado de São Paulo opta por explorar a notícia de que o doleiro Alberto Youssef nega ligação com o PSDB e com o ex-presidente do partido, Sergio Guerra. A Folha de São Paulo ressalta o adiamento da divulgação de dados negativos da educação e da economia pelo governo federal para depois das eleições. Tanto O Globo quanto o Correio Braziliense noticiam que a CVM abriu processo administrativo na Petrobras após ser noticiado que a estatal já é alvo de investigação semelhante nos Estados Unidos. As publicações salientam que a comissão quer tomar conhecimento de tudo o que aconteceu desde que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, iniciou a delação premiada e contou a existência de esquema de pagamento de propina para políticos do PT, PMDB e PP. Se houver comprovação das irregularidades, será aberta nova fase de apuração que poderá resultar em punições para a companhia. Vale ressaltar que as denúncias na empresa são utilizadas na troca de ataques entre os dois candidatos no segundo turno das eleições.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Realizada a 70ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP)

Foi
, em Santiago, Chile. A edição tratou de temas como violência e pressão política contra jornalistas, considerados desafios mais urgentes na América Latina. Coordenador do Comitê Editorial da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech foi o representando brasileiro no encontro. Para ele, a "imprensa do nosso continente continua chamando a atenção do mundo". O evento que aconteceu no Chile reuniu cerca de 400 profissionais e teve quatro dias de duração. O evento foi palco para pautas divididas em quatro temas, que discutiram o atual estado da liberdade de expressão na América Latina e questões específicas da violência. A ideia é que cada um dos países possa dividir com o grupo as experiências e cenário da imprensa local. No final, foi um balanço final. Outro ponto discutido no encontro da SIP é a permanente evolução dos meios de comunicação e a busca por novos modelos no mundo digital. Projetos editoriais e novas audiências também foram assuntos abordados, com foco na tecnologia disponível para o trabalho do setor.

NOVA ESTRATÉGIA DOS TUCANOS

Tucanos falam em trégua, mas mantêm 'bateu levou' Diante da constatação de que a campanha de Dilma Rousseff está focada em ampliar os índices de rejeição de Aécio Neves, os tucanos tentarão nos últimos dias da disputa empurrar para a presidente o ônus de ter baixado o nível nos debates e na propaganda eleitoral. Ao mesmo tempo, reforçarão o discurso de que o candidato tucano e seus familiares são vitimas de ataques pessoais sem fundamento. Ontem, a reclusa Andréa Neves, irmã mais velha de Aécio, deu até entrevista para criticar o "baixo nível" dos petistas. O núcleo político tucano avalia, porém, que não adianta apenas adotar a estratégia de vitimização, bastante usada por Marina Silva (PSB) no 1º turno. Apesar dos constantes apelos por trégua nos ataques feito por Aécio nos debates de TV, a ordem no comitê é "bateu, levou". "Tudo depende de como a presidente vai vir nesta reta final. Se ela insistir nas agressões, terá uma resposta à altura", diz o senador José Agripino (DEM-RN), coordenador geral da campanha. Apesar da preocupação com o desgaste do embate frontal com Dilma, que pode empurrar votos antipetistas para o campo "nulo", o estafe do tucano está reunindo munição para a batalha. Um deles é o fato de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, ex-marido da presidente, ter trabalhado como funcionário comissionado da prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel, que também empregou Igor Rousseff, irmão de Dilma. As críticas mais incisivas serão feitas pelo rádio, onde há menos exposição da coligação. Já a TV será usada para os ataques institucionais - ou seja, críticas à gestão.
A DILMA DO AMOR OU DO ATAQUE? A campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff chegou à conclusão de que há poucas chances de obter mais apoiadores daqui até o dia da votação, no domingo que vem, razão pela qual não pretende abandonar os ataques ao adversário Aécio Neves. Com isso, o comitê petista espera aumentar a rejeição do adversário, reduzindo suas chances. A tática da vitimização, já ensaiada no final da semana passada com discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também será explorada. A própria Dilma entrou no assunto ontem, antes do debate da 'TV Record. Disse que Aécio precisa "aprender respeitar as mulheres". "Com mulher não pode ser assim", disse.
Na internet, o comitê de Dilma lançou a campanha "Mais Dilma, Mais Amor", na qual combate o "ódio eleitoral" e usa como exemplos casos de petistas agredidos nas ruas por tucanos nas últimas semanas. Os petistas tem uma preocupação especial com o debate da TV Globo, nesta sexta-feira, que classificam como decisivo."Sempre tem aquele impacto", diz o presidente do PT, Rui Falcão.