terça-feira, 3 de dezembro de 2019

2666, de Roberto Bolãno, melhor livro do século XXI







No século XXI, a literatura foi marcada pela incapacidade de imitar uma realidade presente que parecia de romance e se voltou para o passado, a memória (histórica apenas), a investigação jornalística, em primeira pessoa e na própria literatura. E é nesse cenário que 2666, de Roberto Bolaño, livro composto por cinco partes e publicado no segundo semestre de 2004, foi escolhido por um júri de 84 especialistas como a melhor obra literária do século XXI. Os trabalhos de Ian McEwan, WG Sebald, Javier Marías, Javier Cercas, Tony Judt, Mario Vargas Llosa, J.M. Coetzee, Zadie Smith, Svetlana Aleksiévich, Emmanuel Carrère, Marjane Satrapi e Edmund de Waal também estão na lista. Não apenas por causa dos tópicos que abordam, mas pela maneira como o fazem: misturando realidade e ficção, narração e reflexão, dinamizando os gêneros tradicionais ou deixando que sua intimidade sem filtros discuta com a história. (El País)
Destaque para Persépolis, da autora iraniana Marjane Satrapi, a única história em quadrinhos da lista de cem livros. Em preto e branco, fala da revolução islâmica de 1979 vista por uma menina. “Eu tinha um dever para com o meu país”, disse ela a Jaume Vidal em uma entrevista em 2002.

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