No começo da pandemia as chuvas aumentaram, se
tornaram constante, isso era notório.
Passou a chover mais nas regiões áridas, secas, como o nordeste do pais. Eram
chuvas fortes, diárias e que começavam e terminavam quando queriam.
Depois começaram a acontecer
outros fatos estranhos. O céu mudou de cor, ficou mais claro, o canal de Veneza
ficou cristalino e os golfinhos brincavam
entre as gôndolas paradas. Na china os macacos ocuparam uma cidade e
passavam o dia passeando e entrando nas casas.
Uma águia marrom, extinta ,
reapareceu nos céus do Reino Unido e no hemisfério sul enxergaram ver um
meteorito verde adentrando a atmosfera terrestre.
Mas nesta semana foi
diferente, a chuva começou pela manhã e não parou mais. Ficou constante, sem
ser forte, mas firme. Parecia que queria limpar algo, varria as calçadas,
inundava as ruas, e os pingos nos telhados desciam parecendo ter uma caminho
trilhado.
Durou cinco dias,
ininterrupto, foram dias e noites, firmes e parecia que nunca ia terminar.
Pessoas choravam e oravam, casas caíram, mas sempre sem vitimas, rios
transbordaram, mas ficaram sempre as margens, não causaram estragos, não
levaram pontes e nem carros, não matou animais e nem vida alguma, sempre
escolhia os caminhos certos.
No sexto dia parou de uma vez,
assim sem avisar, como um carro sem gasolina. Simplesmente parou. E as águas
foram escoando pelas redes de esgotos, leitos de rios e chegando ao mar. O sol
voltou brilhando e afirmando que iria ficar por alguma tempo.
O estranho é que também
ninguém mais adoeceu, os doentes começaram a melhorar e saiam andando, ninguém
mesmo adoecia e os hospitais foram ficando vagos, as UTIs vazias e silenciosas
pareciam elefantes brancos num grande espaço sem utilidade.
Os noticiários não sabiam
como dizer, não tinham noticias ruins, manchetes de sangue e dor, e as
audiências caiam e os jornalistas faziam cursos de reciclagem para aprenderem a
dá noticias boas.
O vírus sumiu e ninguém
sabia porque, só alguns cientistas e outros homens de fé começaram a pensar na
chuva. Ao examinarem as águas da chuva notaram uma substancia inexistente na
terra. Os cientistas passaram a acreditar que receberam de extraterrestres, que
mandaram para curar a humanidade do vírus que ia nos destruir. Os homens de fé
olharam para os céus e acreditando, agradecerem a Deus a dádiva da salvação e passaram a tentar
entender a lógica da punição. Afinal, só assim, poderiam evitar uma próxima.
Texto de Allan Kardec Marinho
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