Projeto no Ceará visa o bem-estar da família e da comunidade
Em 26 anos, o Criança Esperança já arrecadou mais de R$ 232 milhões. Esse ano, 21 projetos do Nordeste estão sendo beneficiados. Um deles, no Ceará, é a Sociedade para o Bem-Estar da Família (SOBEF).Parece uma simples partida de futebol, mas para a maioria é um compromisso. Duas vezes por semana eles se reúnem no campo. O estudante de 14 anos, João Victor Sousa vem cheio de inspiração. “Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Pelé. Tô me esforçando pra isso.”Essa empolgação também existe nas aulas de karatê, balé, percussão, informática e em tantas outras oficinas oferecidas às crianças e adolescentes da comunidade Mucunã, em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. “Além de proporcionar educação, cultura, eles nos proporcionam o lazer porque onde eu moro não tem nenhuma opção”, diz a estudante Wanderlene Fátima Araújo.
Ao todo, mais de 300 crianças e adolescentes estão matriculados nas aulas. Quem participa de qualquer um dos cursos é convidado a passar pela sala de leitura. Espaço para descobrir os livros e debater assuntos importantes. “Prevenção contra as drogas, prevenção contra gravidez na adolescência que a gente vê muito nos dias atuais”, fala a pedagoga Cecília Kática Bertoldo do Nascimento.
Uma parte do grupo ganhou outro espaço para debater e escrever sobre questões que envolvem o lugar onde moram. Uma espécie de redação onde aprendam a produzir um jornalzinho para circular no bairro. A oficina, oferecida a 100 alunos, foi criada com o apoio do projeto “Criança Esperança”. Eles ganharam computadores novinhos e todas as ferramentas para desenvolver o jornal.
“Muito importante para nós da instituição como para a comunidade. Porque para nós da instituição deu uma impulsionada nas nossas atividades e para os meninos da comunidade é esse calor, esse trabalho coletivo, eles se verem em equipe e isso é muito bacana”, conta a coordenadora de projetos Luciana Marinho.
Os estudantes preparam a primeira edição do jornal. Eles já decidiram os assuntos que serão abordados. Em pauta, temas como educação, meio ambiente, violência, drogas. A ideia é que todos tenham a oportunidade de participar de cada etapa do processo. Das fotos à produção de textos.
Na primeira reportagem, Maria do Carmo de Oliveira, estudante, decidiu abordar as drogas. “Eu decidi falar desse assunto porque na comunidade onde eu moro tem muitos usuários e eu acho que agora a sociedade vai se manifestar para ajudar eles a sair dessa vida.”
Além da produção do jornal, eles terão outras duas oficinas: de revista em quadrinhos e cordel. A ideia de unir novas tecnologias à antiga tradição já inspira muitos alunos. As oficinas são mais uma forma de manter as portas abertas. Assim, a comunidade vem, recebe apoio e comemora com os que vivem na cidade as conquistas de cada dia.
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