sexta-feira, 2 de março de 2018

Mais um Prego no Caixão da Crise







Tirar a economia do fosso em que havia sido posta pelo PT para colocá-la em tão curto espaço de tempo de volta ao terreno positivo, com a alta de 1% em 2017, não é trivial
Deu o esperado: o PIB brasileiro cresceu 1% em 2017 e encerrou, assim, a mais tenebrosa recessão da nossa história. Embora a percepção da maior parte da população ainda não corrobore, a economia nacional dá mostras de estar ingressando num novo ciclo virtuoso. A dúvida é até quando ele pode perdurar.
Em 2017, o motor da retomada foi o campo. A agropecuária cresceu 13% no ano, num desempenho espetacular - a melhor marca desde 1996, início da série estatística do IBGE. Serviços avançaram quase nada (0,3%) e a indústria, com seu 0%, só conseguiu evitar aquele que seria seu quarto mergulho anual consecutivo.
O consumo voltou a crescer na comparação anual (1%), depois de um biênio de baixas. O setor externo também deu colaboração positiva, com alta tanto das exportações quanto das importações, ambas na casa de 5%.
Os investimentos registraram a quarta queda anual consecutiva (-1,8%), perfazendo baixa acumulada de 27,3% desde 2013. Com isso, a taxa de investimento como proporção do PIB continuou despencando, agora para 15,6%. No entanto, na comparação com mesmo trimestre do ano anterior, tiveram uma primeira alta (3,8%) depois de 14 trimestres seguidos de recuos.
Em comparação com as demais economias do globo, o desempenho brasileiro também melhorou. Entre países da OCDE, deixou para trás Suíça, Itália, Japão, México, Reino Unido, Noruega, Grécia e Dinamarca. Entre as nações em desenvolvimento, superou a Rússia, segundo estatísticas compiladas pelo Trading Economics, quando cotejado o resultado do último trimestre de 2017 com o do mesmo período de 2016.
Embora pareça magra, a alta do ano passado é valiosa por colocar ponto final naquela que foi a mais duradoura e a segunda mais profunda recessão da economia brasileira. Em dois anos, 6,8% do PIB foi embora pelo ralo, drenado pelas políticas equivocadas postas em prática pelos governos do PT. O PIB per capita afundou mais ainda (8,7% em três anos), o que a alta de 0,2% vista em 2017 não consegue sequer arranhar.
O 1% anunciado nesta manhã representa uma vitória do receituário econômico adotado a partir de maio de 2016. Tirar a atividade do fosso em que estava para colocá-la de volta ao terreno positivo em espaço de tempo relativamente curto não é trivial. Em todo o mundo, apenas a Argentina conseguiu reversão econômica tão significativa nos dois últimos anos. Falta agora recuperar os empregos dizimados, naquele que será o último prego no caixão da crise.
Todas as indicações são de que a curva é ascendente, com perspectiva de alta do PIB próxima a 3% neste ano, segundo a média de mercado. Nos próximos meses, os brasileiros terão a oportunidade de dizer se querem continuar neste caminho ou se preferem correr o risco de retroceder ao descalabro da última década. Para quem tem olhos para enxergar, a escolha parece óbvia.
Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

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