terça-feira, 24 de julho de 2018

No Brasil, ninguém quer ser vice






Josué Gomes, o empresário mineiro filiado ao PR que o Centrão gostaria de ver como vice-presidente de Geraldo Alckmin deu para trás. Ou quase. Em sua primeira reunião com o tucano, mostrou-se indeciso, deixou Alckmin à vontade para escolher outro. Alckmin não quer outro. O pai do empresário, José Alencar, foi vice de Lula — e leal até o fim. Além do quê, informa Valdo Cruz, na análise do PSDB Gomes poderia ajudar em Minas, onde o partido está desgastado por conta dos escândalos envolvendo Aécio Neves. Ocorre que Josué está pressionado pelo PT a não concorrer e, por conta do pai, tem proximidade com Lula. O partido lhe ofereceria a vice do governador mineiro Fernando Pimentel — na salada geral brasileira, embora aliado do PSDB nacionalmente, o PR apoia o PT, em Minas.
Outra opção é que o PT lhe ofereça uma candidatura ao Senado. Segundo o Painel, o partido fez pesquisas e diz que ele aparece com 7% das intenções de voto. Dilma Rousseff tem 23%. (Folha)
O apoio do Centrão a Alckmin deve ser formalizado na quinta-feira, mesmo com essa indefinição. Segundo ouviu Andréia Sadi agora pela manhã, Josué já avisou a Alckmin que não será candidato a vice, mas que fará campanha para ele. Interlocutores pediram uma última chance para tentar convencer o empresário a aceitar o convite.
Francisco Leali: “Geraldo Alckmin, que, até o momento, parece ter conseguido atrair uma sopa de letrinhas, cada vez mais desenha uma chapa à la Lula 2002. Prefere correr o risco de ver seu nome associado a partidos do mensalão e outros escândalos, do que perder espaço no horário eleitoral. Em busca de um vice, pretensamente o empresário Josué Gomes, Alckmin vai buscar no mineiro o apoio do PR. O mesmo que Lula fez na primeira eleição, quando teve o pai de Josué, José Alencar, o vice do então PL. A equação que serviu para Lula em 2002, e Dilma em 2010, servirá para Alckmin 2018? No intervalo de 12 anos, conheceu-se que partidos pequenos vendiam seu apoio não só por cargos, mas também por uma mesada. Já na Era Dilma, veio a Lava-Jato e as empreiteiras delatoras acabaram arrastando os partidos do governo e os da oposição, como o próprio PSDB, para o mesmo barco. Nas pesquisas, o eleitor que assistiu a tudo parece mandar indicações de que quer algo diferente. Ver Alckmin acompanhado dos mesmos partidos vai contaminar a campanha? Ou será o impulso que ele precisava para sair da rabeira? A resposta ao pragmatismo eleitoral pode vir antes mesmo do dia da votação se a campanha tucana decolar.” (Globo)

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