quarta-feira, 27 de março de 2019

Planalto perde até sua base, no Congresso


Seja qual fosse a intenção política do presidente Jair Bolsonaro ao entrar em confronto direto com a Câmara dos Deputados, ontem o conflito entre os três Poderes deu passos à frente. Esperado para falar aos parlamentares, o ministro da Economia Paulo Guedes desmarcou. Avaliou que causaria mais atrito do que o oposto. Para o governo, se há um fio de boa notícia, é que 13 partidos anunciaram apoiar a reforma da Previdência. Rejeitam apenas dois pontos: a mudança no Benefício de Prestação Continuada, que atinge pessoas com deficiência, e as alterações nas regras da aposentadoria rural. Mas, de imediato, a Casa desengavetou um projeto de emenda constitucional de 2015 que torna o Orçamento ainda menos flexível, obrigando o governo a repassar ao menos R$ 125 milhões para cada estado. Os deputados votaram em massa — 448 votos contra 3 na primeira rodada, 453 contra 6, na segunda. Até o PSL do presidente participou do levante contra o Planalto, indo na contramão da política defendida por Guedes, que gostaria de retirar gastos obrigatórios do Orçamento. É preciso, ainda, passar por dois turnos de votação no Senado — mas Davi Alcolumbre, presidente da Casa, já deu apoio irrestrito. Bolsonaro, ao menos neste momento, perdeu o Congresso. (Globo)

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