quarta-feira, 27 de maio de 2020

Das Politicas , por Allan Kardec Marinho



Vou falar de politica. Só que não temos somente uma politica, una e palpável, vista por todos os ângulos e identificada a olho nu.
Temos mais de uma politica, principalmente nesta época onde ela é vista como algo que nada faz, fora de controle e só recebe ataque e recusa, uma coisa imprestável que somos obrigado a ter na carteira, de pouco valor e prejudicial.
Sabemos que a politica se especializa no poder e no usufruto por ele propiciado, na dissimulação, na cooptação, coerção, uma especie de ilusão paras o cidadão, onde ele é levado a admirar o mais forte, o mais esperto e o mais  fodão, termo usado pra agradar os tempos atuais.
Mas só temos Essa Politica. Essa definição define mais uma politica com pouca politica, somente a politica dos políticos, onde predomina a visão tendo em vista o poder, sua conquista, sua conservação, sua destruição.
Não podemos pura e simplesmente condenar o poder. Devemos condenar aqueles que querem o poder com fim em si mesmo, que o empregam com uma finalidade escusa.
Lembra até o pragmatismo do atual governo no trato da pandemia, quando nos passa que - Não se faz politica sem vitimas.
Ou seja, só usa o realismo e o pragmatismo politico, a necessidade de fazer aquilo que precisa ser feito.
Qual o mal dessa politica, então! É que ela caminha para uma -  politica dos politiqueiros - e seu realismo pode ultrapassar todos os valores e se converter numa politica voltada aos truques, promessas, luta entre grupos, eleitoralismo, na politica miúda e das pequenas ambições, como afirma Gramsci.
Não que a ambição não seja essencial a politica, quem não aspira ao poder, não se coloca no campo da politica.
Temos a necessidade das ambições que visam ao bem coletivo e promoção do crescimento social, mas não as que visam somente os exclusivos interesses particulares e de grupos de sustentação.
Um é representado pelo demagogo que usa os eleitores, pondo-se a si mesmo como insubstituível.
Despreza as instituições, procura esmagar seus concorrentes e interpela diretamente as massas.
Já aquele líder que pretende alcançar fins políticos orgânicos, onde o povo é o protagonista e desenvolve obra construtiva, esse deve receber o nome de politico.
Devemos aceitar a ideia de que a politica pode nos ajudar a ir alem, com o grupo, o partido, o movimento, a nossa gente, do que a personalidade talentosa, ou grosseira, de um Príncipe.


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