terça-feira, 26 de setembro de 2017

Sobre a destruição da Estação Ferroviária de Maracanaú

       Meu pai, Francisco Alves Marinho, Seu Marinho, foi Agente de Estação, como era chamado. Viajamos muito por vários municípios quando papai era transferido. Mas o porto seguro era Maracanaú, e a estação ferroviária era nosso reino.
       A calçada alta, os galpões grandes e as paredes altas, grades trabalhadas e com a marca portuguesa. O campinho e o pega-pega na calçada, o viradouro no portão da Colonia Antonio Justa.
       Fomos crescendo e tinha a paquera na hora do trem, os amassos atras da estação e ela continuava fazendo parte da nossa vida.
       Um dia tiraram o trem do Crato, noutro mudaram nossos vagões de madeira, ai aposentaram meu pai e por fim destruíram nossa estação, sem consulta e sem remorsos.
       Nada de sociedade organizada para impedir a destruição e nossos homens públicos ainda não enxergavam a importância da Historia ( alguns ainda continuam assim).
      Em 12 de abril de 1984 derrubaram nossa infância e transformaram em pedras e ferro retorcido.

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